A reforma tributária e a necessidade de fazer uma reorganização empresarial estão no centro das discussões estratégicas de médias e grandes empresas que buscam se preparar para um novo cenário fiscal no Brasil.
Com a aprovação de mudanças profundas no sistema de tributos, tornou-se essencial reavaliar não apenas os processos fiscais, mas também a forma como a empresa está organizada — do ponto de vista societário, contratual e operacional.
Mais do que se adaptar às novas regras, este é o momento de agir com inteligência: revisar contratos, redesenhar operações e estruturar a governança com foco em segurança jurídica, redução de riscos e eficiência tributária.
Por isso, neste artigo, vamos explorar como alinhar a reorganização da empresa com as diretrizes da reforma, garantindo conformidade fiscal sem abrir mão da competitividade. Acompanhe!
O que muda com a reforma tributária e por que isso afeta a estrutura empresarial?
Aprovada com o objetivo de simplificar o sistema de arrecadação no Brasil, a reforma tributária traz mudanças que vão muito além da substituição de tributos.
Ela altera a lógica da tributação sobre consumo, redistribui competências entre os entes federativos e redefine prazos, regras de crédito e formas de apuração. Tudo isso exige uma nova forma de pensar a estrutura empresarial.
Para começar, a criação do IBS (Imposto sobre Bens e Serviços) e da CBS (Contribuição sobre Bens e Serviços) vai unificar tributos como ICMS, ISS, PIS e Cofins. Essa mudança, à primeira vista positiva, exige atenção redobrada sobre a cadeia de valor, os fluxos de faturamento e a divisão das operações entre filiais e unidades produtivas.
Além disso, regimes fiscais especiais e benefícios regionais podem ser extintos ou revistos, afetando diretamente empresas que estruturaram suas operações com base nesses incentivos. Nesse novo contexto, modelos de negócios que antes eram vantajosos podem deixar de ser sustentáveis do ponto de vista tributário — o que exige reavaliações urgentes.
Outro ponto crítico é que a forma de apuração e compensação de créditos tributários também será modificada. Com isso, reorganizar centros de custo, segmentar atividades e revisar contratos entre empresas do mesmo grupo pode ser necessário para preservar a eficiência fiscal.
Por fim, é importante lembrar que a reforma será implementada gradualmente, mas seus efeitos práticos exigem ação imediata.
As empresas que começarem agora a reavaliar suas estruturas estarão em posição de vantagem, com mais tempo para planejar ajustes e menos risco de impactos negativos no fluxo de caixa ou na conformidade fiscal.

Reorganização empresarial: por onde começar?
Com as transformações trazidas pela reforma tributária, reorganizar a estrutura empresarial deixou de ser uma opção e passou a ser uma necessidade estratégica.
No entanto, é comum que gestores se perguntem: “por onde começar esse processo sem comprometer a rotina da empresa?”. A resposta está no planejamento estruturado, apoiado por dados e conduzido por especialistas.
Veja os passos essenciais que você pode seguir:
1. Faça um diagnóstico completo da estrutura atual
Mapeie a estrutura societária, fiscal, contratual e operacional da empresa. Dessa forma, será possível entender como tudo está organizado, além de identificar riscos, ineficiências e oportunidades de melhoria.
2. Avalie contratos com atenção às novas regras
Revise cláusulas relacionadas à prestação de serviços, transferência de ativos, faturamento entre unidades e operações interestaduais. Contratos mal ajustados podem gerar riscos fiscais e jurídicos no novo cenário tributário.
3. Reestruture centros de custo e unidades de negócio
Considere redistribuir atividades entre filiais ou CNPJs para otimizar a apuração de créditos tributários e reduzir a carga fiscal. A nova lógica da reforma exige um olhar mais estratégico sobre a forma como sua operação está distribuída.
4. Envolva áreas-chave no processo
Engaje os times contábil, jurídico e financeiro desde o início. A reorganização empresarial é multidisciplinar e exige alinhamento interno para ser bem-sucedida e segura.
5. Planeje a transição de forma gradual
Não é necessário fazer mudanças bruscas. Com planejamento, é possível implementar a nova estrutura por etapas, minimizando riscos e impactos na operação do dia a dia.
Como estruturar contratos de forma alinhada à nova realidade tributária
Com a reforma tributária, revisar contratos deixou de ser uma formalidade e passou a ser uma medida estratégica.
A forma como tributos serão apurados e distribuídos impacta diretamente cláusulas relacionadas a preços, responsabilidades fiscais e operações entre empresas do mesmo grupo.
Para começar, é fundamental deixar claro nos contratos quem será responsável pelo recolhimento de tributos, evitando interpretações ambíguas. Além disso, contratos que envolvem prestação de serviços ou fornecimento de bens devem ser reavaliados, já que o novo modelo pode alterar a carga tributária dessas atividades.
Outro ponto de atenção são as operações internas entre CNPJs vinculados. Elas precisam estar bem justificadas e alinhadas às novas regras para evitar questionamentos do Fisco.
Por fim, envolver as áreas jurídica, contábil e fiscal nessa revisão garante segurança jurídica e eficiência tributária em um cenário que será cada vez mais fiscalizado.
Holding, cisão ou fusão? Alternativas estratégicas para reorganização
À medida que a reforma tributária avança, empresas de médio e grande porte precisam reavaliar suas estruturas jurídicas e operacionais com mais atenção. Nesse cenário, alternativas como holding, cisão ou fusão ganham destaque como caminhos possíveis para adequar a estrutura ao novo modelo tributário e, ao mesmo tempo, melhorar a eficiência da gestão.
Holding
A criação de uma holding, por exemplo, pode ser uma excelente estratégia para centralizar a administração de diversas empresas do mesmo grupo, facilitar a sucessão patrimonial e melhorar o planejamento tributário.
Além disso, permite maior controle sobre distribuição de lucros e gestão de ativos, o que se torna ainda mais relevante diante das possíveis mudanças na tributação de dividendos.
Cisão
Já a cisão pode ser útil quando há a necessidade de separar áreas de negócio com características distintas — seja para mitigar riscos, facilitar a gestão ou até mesmo viabilizar regimes tributários mais vantajosos.
Nesse modelo, a empresa transfere parte de seu patrimônio para outra sociedade, mantendo ou não vínculo entre elas.
Fusão
Por outro lado, a fusão pode ser uma alternativa eficiente para unir forças com empresas do mesmo grupo ou do mesmo setor, diluindo custos, unificando obrigações fiscais e ganhando escala operacional.
Quando bem planejada, essa estratégia pode trazer ganhos tributários e fortalecer a posição da empresa no mercado.
É importante destacar que nenhuma dessas alternativas deve ser adotada sem uma análise profunda e personalizada. Cada organização possui realidades distintas, e o que funciona para uma empresa pode não fazer sentido para outra. Por isso, contar com uma assessoria especializada em reorganização societária e planejamento tributário é fundamental.
Agir com inteligência é o melhor caminho!
A reforma tributária marca uma mudança na forma como as empresas precisam estruturar suas operações, contratos e modelos societários. Diante desse novo cenário, a reorganização empresarial deixa de ser uma resposta reativa e passa a ser uma ação estratégica e proativa.
Revisar contratos, redesenhar estruturas e avaliar alternativas como holding, cisão ou fusão são passos fundamentais para manter a conformidade, reduzir riscos e preservar a eficiência tributária. Nesse sentido, é indispensável agir com planejamento, dados e apoio técnico qualificado.
O momento exige visão de longo prazo, decisões bem fundamentadas e, principalmente, parceiros confiáveis.
Ao antecipar-se às mudanças e reorganizar sua estrutura com inteligência, sua empresa não apenas se adapta à nova realidade — ela ganha vantagem competitiva.
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